sábado, 31 de janeiro de 2009

Linda Demais...



Nesta noite, Lembro me de ti dos nossos lábios sussurrando juras de amor;
os nossos olhares trocados, com tal profundidade, que poderíamos ir ao núcleo das nossas almas...
O sabor de tua pele, os nossos corpos entrelaçados,em horas intermináveis de prazer incontido...
Um gosto de “quero mais” ...
o nosso jogo de sedução é como o de duas borboletas a sair entre jardins,
lançando o encanto do nosso amor... e, entre as flores, o aroma da nossa pele
tomada pela paixão...
Percorremos mundos imaginários... que acolhem os nossos desejos mais íntimos...
Incontidos pelo desejo de nos amarmos,lançamo-nos na promessa da eternidade
e unimos nosso sangue numa jura que, mesmo após a morte, seremos um do outro,
guardando a essência mágica deste amor, que suporta tudo e apresenta-se como único diante do Universo...
Adoro esse jeito de me chamar Linda...
Faz-me sentir...
Simples...
Leve ...
Solta...
Única...
Verdadeiramente Eu ...

No silêncio da noite...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Como Alcançar a Paz Interior?



No nosso mundo stressante e corrido, cada um procura a paz interior. Como podemos alcançá-la?

Uma resposta a essa pergunta realmente requer um ensaio inteiro. Mas basicamente, eu diria que a paz não se deve a circunstâncias externas. Se não temos paz interior, não é porque há algo errado com o mundo exterior. A paz interior é um subproduto direto da própria mente da pessoa, não importa quais condições externas possam existir. Todas as coisas dependem das motivações internas da pessoa. A paz surge agora, na nossa realidade presente, como um resultado directo de todas as ações que tenhamos tomado no passado e de acordo com a nossa motivação interna. Se experimentamos a paz agora, é um resultado de toda a bondade, bons trabalhos e ações compassivas que realizamos anteriormente. E se agora nos falta paz interior, se agora temos dificuldades, deve-se directamente a termos sido difíceis antes. Isto é,as nossas intenções e ações impuras voltarão para nós como a falta de paz interna.

Mas mesmo que tenhamos atrás de nós uma acumulação de comportamento não-pacífico, não é impossível mudar isto. A própria mente tem uma capacidade de mudança intrínseca a ela. O que quer que uma pessoa pense é o que se traduz na realidade da pessoa. Portanto, se a pessoa deseja ter condições cheias de paz, afortunadas, conducentes, a chave de tudo é um coração puro, as aspirações altruístas da própria pessoa, sua motivação pura. As suas ações e as ações dos outros podem não ser tão diferentes; a diferença está no coração, na motivação pelo que você faz. E é isto que faz toda a diferença no resultado de suas ações no mundo. Você deve ter a pureza do seu próprio coração, a pureza de sua própria postura e das intenções em relação aos outros e ao mundo que o rodeia. Essa é a causa-semente de toda a paz interior.


Como trazemos a meditação para as nossas vidas diárias?

Podemos tomar como exemplos os Oitenta Grandes Mahasiddhas, ou seres extraordinariamente realizados, que viveram no início da história do buddhismo na Índia. Esses oitenta grandes seres não se tornaram grandes deixando todas as coisas do para trás. Ao invés disso, eles trouxeram os princípios básicos da prática espiritual – a pureza de coração e a presença da mente – às suas ações no mundo comum.

Por exemplo, Tilopa, que foi um dos maiores praticantes da Índia, passou sua vida fazendo óleo de semente de gergelim. Naquele tempo não havia nenhuma tecnologia fantástica, nem prensas poderosas. A única maneira de fazer óleo de semente de gergelim era triturar as sementes com a mão. Então, conforme Tilopa triturava, dia e noite, ele cultivava dentro de si um coração cada vez mais puro, e na sua mente cultivava atenção unidirecionada cada vez maior. Ele não deixava sua mente pular como uma pulga. E foi por fazer essa prática diária que ele atingiu sua grande realização.

Na história do buddhismo, e especialmente no Tibet, havia muitos chefes de família, famílias, homens e mulheres que também praticaram a tradição de incorporar, na vida diária, os princípios da atenção e da pureza de coração, de maneira a atingir a iluminação.

Através dessa prática, dentro de suas famílias, dentro de suas ocupações, eles tiveram a aptidão para superar as limitações da morte e realizar um estado que é chamado “além da vida e da morte”, ou realização imutável.

Tudo que ela requer, embora soe simples, é que de um lado se nutra a pureza de coração, ou motivação altruísta, e que se corrija e erradique a motivação impura. E, por outro lado, que se permita que a mente descanse na sua própria verdade, na sua própria natureza fundamental ou presença pura. E portanto, de momento a momento na vida diária, há uma atenção constante tanto para a pureza de coração quanto para o descanso na natureza pura da mente. É assim que se pode incorporar o caminho espiritual na vida diária da pessoa.


Como podemos competir num mundo materialista, que algumas vezes é muito mesquinho, e ainda sermos amáveis e compassivos com todas as pessoas?

Não quero falar apenas sobre princípios, então deixe-me contar uma história. Na Índia havia um rei muito famoso, Indrabhuti, que era muito poderoso e muito rico, como todos os reis. Ainda assim, mesmo com todas as suas responsabilidades e impedimentos mundanos, ele teve aptidão para atingir a iluminação. A razão era porque o seu propósito não era, de nenhum modo, egoísta. Seu foco não era apenas o seu próprio melhoramento. Ao invés disso, ele usou de todos os seus recursos, poder e influência de maneira a servir constantemente às necessidades dos outros. Através disto, ele conseguiu efetuar o mais nobre dos feitos, que é realizar verdadeiramente a ausência de ego.

Portanto, para aqueles de nós, particularmente em nosso mundo, que temos tanto coisa – poder pessoal, riqueza, status e responsabilidades –, é similar. Um modo de praticar o caminho espiritual é desistir de tudo, deixar todos aqueles que você conhece e ir sentar numa caverna. Mas essa não é a única maneira de fazer isso. Os indivíduos podem, enquanto agem como zeladores de sua riqueza e de sua influência, trabalhar pelo melhoramento dos outros e sempre criar uma pureza cada vez maior no seu altruísmo, em seu serviço pelos outros, usando quaisquer recursos que tenham.

Riqueza, poder, conhecimento, inteligência, educação – todas essas coisas são ornamentos que são a prova verdadeira da bondade prévia de alguém. Portanto, agora, tendo o fruto desta bondade prévia, a pessoa deve usá-los com o objetivo de ajudar os outros. Então, isso age como um padrão que causará muito benefício ao existir no mundo, tanto para si bem quanto para os outros.

Eu perdi meu país. Vivi a vida de um refugiado. Como refugiado, recebi a assistência de muitas pessoas generosas, deste país e de outros, que me ajudaram e me deram abrigo. É muito beneficente agir deste modo, como guardião para as outras pessoas e para seu melhoramento. Basicamente, em seu trabalho no mundo, você deve ser honesto, deve cultivar a pureza de intenção e de coração. E então, vagarosamente fazer, o que você faz. Vá adiante e faça o que tem de fazer. O sucesso em ter atingido sua meta deve estar baseado em não ter causado dano a ninguém. Se você sempre mantiver em mente que não quer causar dano a ninguém, e que a sua verdadeira aspiração a longo prazo é estar apto a beneficiar os outros, então o seu trabalho no mundo será muito benéfico.

A meditação é possível no estilo de vida moderno de hoje?

A meditação é independente de qual século ou cultura você vive, seja ela antiga ou moderna. O que importa na meditação é o processo de olhar constantemente para trás e de se avaliar — avaliar e verificar sua própria mente. Agora, o modo como normalmente operamos nossas vidas é o oposto, tendemos a olhar para fora da janela. Olhamos para fora da janela e dizemos “Ó, ele é uma pessoa boa” ou “Ela é uma pessoa boa” ou “Isso é bom” ou “Isso é ruim”. Estamos sempre verificando, olhando e criando impressões do mundo fora de nós.

A meditação, por outro lado, é usar a tela de sua mente como um espelho, onde você olha de volta para você mesmo, ao invés de olhar para fora, julgando os outros. Você olha para você. Se você usa um espelho, você pode ver se o seu rosto está sujo e se o seu cabelo está uma bagunça, e então você pode limpá-los e penteá-los. Com a meditação você olha, e onde quer que você veja um mau pensamento ou uma má ação, então você realmente tenta mudar isso dentro de si – como lavar o seu próprio rosto.

Mudar a mente não acontece de uma vez. Mas com constante atenção a ela, lentamente, lentamente, a mente muda. É uma questão de repetição, de novo, de novo e de novo, olhando para si e se corrigindo, corrigindo as motivações impróprias, os sentimentos ásperos. E então, mais do que isto, você se olha e tenta verdadeiramente acentuar e abraçar as qualidades positivas. Você cultiva a bondade de sua própria parte. Você não julga todo o tempo que isso e aquilo é bom ou ruim, mas verifica repetidamente a si mesmo.

Então, volta-se ao ponto mencionado numa pergunta anterior – é uma questão de permitir que a sua mente relaxe em sua própria natureza verdadeira e de criar as intenções adequadas dentro de si. Olhamos para dentro, corrigimos e ajustamos. Deste modo, tudo é passível de mudança; é perfeitamente possível mudar a mente. Antiga ou moderna, isto não é tão importante.

A meditação tem algo em comum com todas as religiões, tais como Católica, Protestante, Judaica?

É bem fácil responder essa questão. Freqüentemente, dificuldades surgem no caminho ao nomearmos ou conceitualizarmos algo. Por exemplo, pode haver uma discussão entre um americano e um tibetano sobre qual é a mais brilhante fonte de luz no céu. Um americano poderia dizer “Bem, certamente é o Sol, você não pode achar uma fonte de luz melhor do que o Sol”, e o tibetano diria, “Bem, não, o Sol não é a maior fonte de luz no céu, Nyima é a melhor fonte.” Agora eles estão falando da mesma coisa, mas estão usando palavras diferentes. Normalmente, são apenas as limitações nas palavras e nomes que causam conflitos e diferenças entre as religiões, quando na verdade cada um está falando sobre a mesma fonte perfeita de luz no céu. É simplesmente uma questão de com qual tradição você sente uma conexão, que tradição invoca em você a tendência à oração, à auto-correção e à pureza de coração.

Cada tradição tem uma mensagem; cada tradição propõe-se a lhe reerguer, a reduzir o seu sofrimento e miséria, e a ajudar a experienciar mais felicidade na sua condição humana, até mesmo a experiência de felicidade total. Basicamente, se você tomar cada religião e examiná-la, nos seus princípios mais básicos você descobrirá que elas recomendam ajudar os outros ao invés de prejudicá-los. Esses são os princípios operantes básicos que você encontrará em todas religiões. Eles são exemplificados pelos grandes líderes de cada tradição. Seguindo seus exemplos, podemos criar dentro de nós mesmos a grande harmonia que estes próprios mestres alcançaram. Isso significa reduzir as nossas próprias faltas e aumentar ilimitadamente nosso amor e compaixão.

Toda mensagem espiritual é como um remédio. Nem todas as pessoas podem ser curadas pelo mesmo médico ou pelo mesmo remédio, não importa o quão grande o médico seja ou o quão fino seja o remédio. Devemos nos focar na cura e tomar o que funcione para nós. Não dá certo pensar, “Bem, sou um americano, tomarei apenas remédio americano”, ou “Sou japonês e irei tomar apenas remédio japonês”. Uma pessoa deve buscar qualquer remédio, qualquer médico, que cause a cura de verdade.

A cura significa obter ou revelar a sabedoria interna que é a verdade absoluta, o estado puro sem princípio da verdadeira natureza de alguém. Significa revelar a pureza da mente e a compaixão ilimitada da mente. Qualquer método que verdadeiramente revele a verdade do seu próprio estado de ser, esse é o remédio que você precisar tomar. A pessoa que lhe dá este método é o médico ao qual você precisar ser fiel.

Se há um pequeno conselho que você poderia dar a qualquer pessoa hoje, qual seria?

Eu diria que é cultivar a sua própria pureza de coração. Comece por reconhecer o quão afortunado você é – todos nós somos. Nós temos corpos humanos preciosos. Esses corpos são extraordinários, com os quais podemos nos relacionar com nossas famílias, nossas comunidades, nossa sociedade. Temos circunstâncias afortunadas; não estamos famintos, pobres ou indigentes. Realmente, somos tremendamente afortunados. E se olharmos ao redor, veremos que há outros que certamente não têm este tipo de fortuna, que não têm estas condições auspiciosas em suas vidas ou que não levam os estilos de vida que levamos. E uma vez que se reflita sobre isto, então você é impelido a perguntar, “Como posso, então, ajudar aqueles não tão afortunados quanto eu? O que posso fazer para que experimentem menos dificuldade, menos sofrimento?”

Ao redor do mundo, há pessoas que sofrem continuamente pela guerra, doença, fome, pobreza. Se você se puser no lugar delas, você entenderá como é ter estes tipos de condições e então, naturalmente, a compaixão fluirá do seu coração. Com esta compaixão, você põe seus pés no chão e percebe o quão afortunado você é na sua própria vida.

Reconhecer a sua própria fortuna é o primeiro passo na paz interior, o primeiro passo para cultivar o contentamento e a felicidade. Mais ainda, este contentamento tem dentro de si as qualidades intrínsecas da grande mente, a mente da iluminação. Através da realização da grande mente, pode-se beneficiar verdadeiramente outros incontáveis seres. O grande erudito e santo buddhista, Atisha, passou sua vida inteira estudando e meditando diligentemente, e chegou à conclusão de que tudo que o Buddha ensinou recai na mesma coisa, que é a bondade de coração. Esta é a essência do caminho espiritual, da maturidade espiritual. Os métodos que você encontra dentro de todas as tradições espirituais apontam e conduzem a mente ao realce da pureza de coração.

Quando você cultiva a compaixão e a bondade amorosa, você cria uma no seu coração uma jóia que realiza desejos. Você não pode comprar isso. Você não a obterá no topo de uma alta montanha. Está apenas no seu próprio coração.

Casamento e as Seis Perfeições




Os votos de casamento não são apenas parte de uma cerimônia externa. Mais importante do que isso, eles representam um compromisso interno, mental. Para entender como manter este compromisso é necessário entender toda a estrutura deste voto.

Entre os muitos tipos de seres no universo, como seres humanos nós atingimos uma situação muito rara e afortunada, uma base de trabalho única para o desenvolvimento espiritual. Entretanto, se não reconhecermos a preciosidade da nossa vida humana, podemos desperdiçá-la — como alguém que encontra um pedaço de ouro mas, não reconhecendo o seu valor, faz mau uso dele.

No casamento, um pode apoiar o caminho espiritual do outro e pode ajudar a garantir que o potencial das suas vidas humanas não seja desperdiçado. Isto é muito importante, pois a oportunidade que se têm como seres humanos é muito breve. É natural que se espere estar juntos por um longo tempo, mas não podemos saber o quanto a nossa vidas ou o nosso relacionamento durará. Tudo na nossa experiência é impermanente. Uma vez, este universo que habitamos não estava aqui, e um dia ele novamente será reduzido a nada. Uma vez, o nosso próprio corpo físico não estava aqui, e um dia ele novamente será perdido. Das muitas pessoas que viveram nesta terra há cem anos atrás, quantas estão aqui agora? E destas, quantas estarão aqui daqui a cem anos? Se entenderem a impermanência, entenderão a importância de usar bem o seu tempo juntos.

Desde o início do caminho, é necessário pensar claramente sobre a direção que querem tomar. O que é mais importante não é tanto estar juntos, mas sim como aproveitar o tempo juntos. Casamento significa fazer um compromisso de agora em diante, para o resto das nossas vidas, de viver juntos em harmonia, com alegria, amor e afeição, e com a intenção de beneficiar um ao outro o quanto for possível. Isto significa a aspiração, dia a dia, de colocar a felicidade do seu cônjuge antes da sua própria felicidade. Tanto no nível mundano quanto no espiritual, um deve decidir encontrar as necessidades do outro e contribuir para o crescimento espiritual do outro. O amor genuíno e abnegado que um expressa pelo outro criará uma virtude que os conduzirá à felicidade nesta vida e que plantará as sementes para a felicidade futura.

Cada um de vocês escolheu o outro entre todas as flores neste jardim terreno. Então é importante que vocês abordem o casamento com um senso de altruísmo, de beneficiar um ao outro o quanto for possível, na alegria e na tristeza, na felicidade e na infelicidade. Se o homem entra no relacionamento pensando, "Esta mulher é agora a minha esposa, está pronta para ela me fornecer o que preciso, para me fazer feliz", ou se a mulher pensa, "Este homem é agora o meu marido, ele me deve felicidade, ele deve me satisfazer" — essas expectativas apenas criarão problemas. Ao invés de um demandar isto para o outro e de esperar algo para si mesmo, façam disto o seu compromisso de um para o outro, assumindo a responsabilidade de garantir a felicidade do seu cônjuge. Sempre mantenham em mente sobre como o que vocês dizem ou fazem pode afetar o outro. Aprendam o que é condutivo para a felicidade e paz mental do outro.

Se ambos tiverem uma preocupação com a felicidade do outro, vocês nunca poderão ser separados. Seu elo não poderá ser quebrado.

Se, por outro lado, vocês colocarem a responsabilidade de sua felicidade sobre o seu cônjuge, se vocês sentirem que ele ou ela deve algo a você, vocês verão apenas as suas faltas. Se a sua motivação fundamental for esperar que o outro o faça feliz, o seu casamento não será tão fácil e a sua felicidade não durará muito. Abordar o casamento com um ponto de vista auto-centrado automaticamente estabelece uma circunstância que vai atravessar o bem maior que é possível. Mas se a sua motivação for a de levar o outro à felicidade, ambos serão felizes a curto e longo prazo e trarão felicidade àqueles ao redor de vocês. Este é o significado do sucesso tanto no sentido espiritual quanto no mundano.

A felicidade que experienciamos na vida depende muito da nossa motivação. E nossa motivação é tão importante no casamento quanto em qualquer outro empreendimento humano. Apesar de uma motivação altruísta não ser a mesma coisa que bodhichitta, que tem um escopo muito mais vasto — o benefício temporário e último para todos os seres —, ela é uma maneira de praticar o não-eu de um modo bem direto, com a pessoa bem ao seu lado. E vocês podem usar o relacionamento com seu cônjuge como um modelo para os seu relacionamento com todos.

A fim de manter o seu compromisso, vocês devem estar preparados para enfrentar os obstáculos com firmeza. Apesar de aspirarmos o divino, a fricção pode ocorrer. Nenhum de nós é perfeito. Em nossos relacionamentos, muitas vezes experienciamos emoções negativas, trivialidades, pensamentos auto-centrados e todos os tipos de estados físicos e mentais, alguns agradáveis, outros desagradáveis. Estas coisas colocarão nosso compromisso à prova — ele deve ser capaz de resistir ao que quer que venha. O mais importante não é o que surge, mas como vocês lidam com o que surge, como vocês trabalham para garantir que o seu casamento durará por toda a vida.

Façam o voto de ajudar um ao outro, de um ser amigo do outro, sob todas as circunstâncias. Quando as dificuldades ocorrerem, não importa o quão grandes ou pequenas, não façam disto uma grande coisa. Lembrem-se que o seu cônjuge é um ser humano, não um deus. Focalizem sobre as boas qualidades do outro e não se prendam sobre as dificuldades. Quando um problema surgir, lembrem-se de que todos nós somos humanos e o coloquem de lado. Durante tempos difíceis, lembrem-se que a sua união é por toda a vida; vocês devem o melhor a ela. Não tenham tempo para discutir. Acima de tudo, achar que vocês estão certos e que os outros estão errados é uma das delusões que perpetuam o sofrimento. Ao invés disso, sejam pacientes e se lembrem que a única coisa de benefício na hora da morte será a virtude criada nesta vida. Se vocês mantiverem esta perspectiva no dia a dia, as discordâncias serão resolvidas e vocês desenvolverão paciência, amor, compaixão e aceitação, qualidades que fortalecerão o seu relacionamento.

Sua motivação altruísta no casamento corporifica a primeira das seis perfeições — a generosidade, a prática que é um dos modos mais excelentes de acumular mérito e de aumentar as qualidades virtuosas. Através do amor e do compromisso que vocês trazem um ao outro nesta ocasião e no futuro, quando um mantém seu amor para o outro em seu coração, quando um fala do seu amor para o outro, quando vocês trocam alianças como símbolo físico do seu elo, vocês estão expressando a qualidade da generosidade. Seu compromisso, de agora em diante, de usar seu corpo, fala e mente para fazer um ao outro feliz é mais uma expressão dessa generosidade.

Vocês também trazem ao casamento a segunda perfeição, a disciplina moral. Isto significa viver juntos de acordo com as disciplinas superiores, eliminando hábitos que não estão servindo ao relacionamento, eliminando o comportamento é insignificante, egoísta e desarmonioso, e acentuando as qualidades positivas e abnegadas como a bondade amorosa, que traz um benefício ainda maior. Seu caminho espiritual é de virtude, trazendo alegria e felicidade aos outros e refreando as ações descuidadas que possam causar dano ou infelicidade. Como praticantes, vocês devem usar seu corpo, fala e mente para guardarem a si mesmos, para guardar o seu relacionamento contra quaisquer obstáculos potenciais ou negatividade, e para se esforçarem em beneficiar habilmente um ao outro. Se o seu foco estiver sobre as necessidades do seu cônjuge, vocês já encontraram um meio muito poderoso de evitar problemas.

Não há dúvida de que a vida casada é um desafio. Não se mantenham sobre uma idéia fixa sobre como o relacionamento deva funcionar, e ao invés disso aprendam como não perturbar o outro, como atingir alegria e harmonia maiores e maiores. Quando surgirem coisas que vocês não gostam, trabalhem a aversão em suas próprias mentes no contexto de sua prática do Dharma, ao invés de tentarem fazer o seu cônjuge mudar.

Isto também é muito importante se vocês decidirem ter filhos. Se um tratar o outro com respeito e amor, e tentar resolver pacificamente quaisquer problemas que surjam, seus filhos terão um papel modelo para o desenvolvimento de seus próprios relacionamentos positivos e com sucesso.

A terceira perfeição, a paciência, é uma das qualidades mais importantes que vocês podem trazer ao seu casamento. Façam o compromisso de sempre manter harmonia e de lembrar que, independente das mudanças externas ou emocionais pelas quais o seu cônjuge esteja passando, ele ou ela não é um buddha. Seu cônjuge é um ser humano lidando com seus próprios problemas. Tentem se relacionar com isso com compaixão e paciência, focalizando o elo entre vocês ao invés de focalizar os problemas. Tentem não se tornar perturbados pelas dificuldades que inevitavelmente surgem quando as pessoas vivem juntas. Pelo menos não se fixem sobre elas; ao invés disso, tentem imediatamente resolvê-los.

Sua prática da paciência trará grande benefício a curto e a longo prazo no contexto de seu casamento. Quando vocês praticam a virtude, especialmente uma virtude tão poderosa quanto a paciência, ela infalivelmente resultará em grande felicidade no futuro, o que pode ser chamado a experiência do céu ou da terra pura. Através da raiva — cortando os sentimentos do seu parceiro —, através do desejo egoísta — não pensando sobre o que poderia fazer o seu cônjuge feliz, mas apenas sobre os seus próprios desejos auto-centrados — e através da ignorância — falhando em entender qual comportamento é verdadeiramente prejudicial e qual é verdadeiramente útil —, vocês criarão sofrimento a curto e a longo prazo. O céu e o inferno não são lugares que existem fora de vocês. Ao invés disso, eles são os reflexos da positividade e da negatividade de suas própria mentes.

Manter o compromisso que um faz para o outro, como marido e esposa, requer diligência, a quarta perfeição. Vocês precisam de um esforço incansável para permanecerem verdadeiros em sua conexão, trabalhando tanto no contexto mundano quanto no contexto de sua prática espiritual para um ajudar ao outro a encontrar suas metas e para trazer benefício a vocês mesmos e a os outros. Todos os tipos de companhia no caminho são cruciais para o nosso desenvolvimento como praticantes espirituais, e as qualidades de nossos amigos podem nos influenciar grandemente. É por isso que é importante que vocês usem o seu casamento como uma oportunidade para ajudar a prática de Dharma do outro, nunca permitindo que as ações, palavras ou atitudes de cada um tornem-se obstáculos para a sua prática espiritual. Isto requer prática espiritual diligente, tentando não apenas uma ou duas vezes, mas durante toda a sua vida juntos, para realizar estas metas espirituais.

Sempre estar atentos ao seu elo, estimando-o em seus corações e nunca deixando-o ir, envolve a quinta perfeição, a estabilidade meditativa. Isto significa focalizar unidirecionadamente sobre o que traz felicidade duradoura para vocês mesmos e para os outros. A beleza física não durará para sempre. Não focalizem sobre ela. Lembrem-se que tudo neste mundo está sujeito à decadência. Tudo que é composto, que vem junto, eventualmente perece. Mas na hora em que vocês estiverem juntos, vocês podem trazer felicidade um ao outro, podem criar virtude e podem ajudar a sua prática espiritual e a do seu cônjuge. Apesar de esta vida poder ser muito curta, a conexão que vocês estabelecem através do seu envolvimento positivo e virtuoso juntos e através de sua prática espiritual continuará a beneficiar ambos em vidas futuras.

Finalmente, vocês trazem ao casamento a sexta perfeição, a da sabedoria ou conhecimento transcendente. Independente das alegrias e tristezas que vocês experienciem como indivíduos ou como um casal, lembrem-se que estes eventos passageiros são como ecos, ilusões que vêm e vão, que nada do que vocês experienciam tem qualquer existência inerente. A experiência de nossa inteira é como um sonho cheio de alegria e tristeza, felicidade e infelicidade. Assim como quando despertamos de manhã e vemos que nada realmente aconteceu, podemos olhar para trás, para todas as experiências de nossas vidas, e ver que elas eram ilusórias. Os muitos momentos de felicidade ou tristeza — todos se foram agora.

Entender a natureza mais profunda de nossa experiência não significa que diminuímos nossas experiências felizes. Ainda regozijamos, mas ao mesmo tempo realizamos que elas não são tão reais quanto uma vez pensamos. Quando estamos infelizes, nos lembramos que nossa felicidade também é impermanente. Esta perspectiva nos ajuda a reduzir nosso apego às coisas acontecerem de certo modo, assim como a nossa aversão às dificuldades. Realizamos que não são as condições externas que são responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade, mas sim o modo como reagimos a estas experiências externas. Isto traz aceitação e equilíbrio às nossas vidas.

Tentem manter um estado desperto ininterrupto de sua própria natureza, que está além dos extremos da felicidade e tristeza, prazer e dor, esperança e medo. Apesar de poderem parecer pessoas bem comuns, se vocês tiverem uma conexão interior com a essência de sua prática, mesmo quando forem ao trabalho diário vocês atingirão algo muito poderoso e muito benéfico. Se vocês mantiverem esta visão, não importa realmente onde vivem, o que vestem ou como agem.

A perfeição da sabedoria, em seu sentido mais profundo, é corporificada na união do masculino e do feminino, que é fundamental para o caminho espiritual do Buddhadharma. O aspecto manifesto de toda aparência fenomenal corresponde ao princípio masculino dos meios hábeis, e a natureza verdadeira desses fenômenos, a vacuidade, corresponde ao aspecto feminino da sabedoria ou conhecimento transcendente. Se examinarmos qualquer elemento de nossa experiência, descobriremos que é vazio de auto-natureza; porém, as coisas ainda sim aparecerem. Forma e vacuidade, vacuidade e forma existem em união uma com a outra. O entendimento da inseparabilidade da vacuidade dos fenômenos e de sua aparência é a qualidade do conhecimento transcendente, que pode ser cultivada e nutrida durante sua vida juntos.

Na sociedade humana, o elo entre mulheres e homens é a expressão dessa verdade mais profunda, sendo o casamento uma expressão dessa harmonia. Isto traz uma dimensão cada vez mais profunda ao casamento de dois indivíduos que estejam envolvidos com o caminho do Dharma porque eles têm um meio de incorporar em suas vidas esta união do masculino e do feminino, sobre a qual os ensinamentos estão fundados.

Se vocês permanecerem verdadeiros para a visão de sabedoria em seu casamento e, durante sua vida juntos, sempre trabalharem para trazer maior benefício a vocês mesmos e aos outros, a curto e longo prazo, seu relacionamento produzirá nada mais que felicidade nesta vida e nas vidas futuras, e sua união corporificará a essência e os princípios do Dharma sagrado.

Este livreto foi produzido a partir das transcrições de cinco cerimônias de casamento conduzidas por Chagdud Tulku Rinpoche entre 1988 e 1993.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tango... Dança da sensualidade ...








O tango,
Arte inacreditável dos milongueiros,
Ecoa nas veias,
Seca a garganta,
Esquenta o sangue,
Explode
Nos passos eróticos,
Nos gestos sensuais,
Na pista iluminada
Onde os casais transformam a dança
em poesia,
Em poesia de corpos e suor.
O tango, o prazer maior, amor, ódio e vida.
O tango, igual a ti, querida,
Está além da explicação
Somente se sente
Se percebe na sensação de dançar
De quem se embriaga no salão
Como se participasse de um sonho eterno
E morre com o morrer da canção!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Na direcção de um amigo



Dê um passo em direção a um amigo,
aproxime-se sem cerimónia.
Dê um pouco do seu sentimento.
Liberte um imenso sorriso.
Olhe nos olhos.
Respeite uma lágrima.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte como ele vai.
E preste atenção...
Diga de vez em quando:
Desculpe... Muito obrigado...
Dê um presente.
Dê a mão a uma criança, um abraço...
Tente de alguma maneira... fazer alguém feliz.
E não se espante se a pessoa mais feliz
For VOCÊ!

Para reflectir...



Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre estava coberto de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se protegerem e sobreviverem começaram a juntar-se mais e mais. Assim, cada um poderia sentir o calor do corpo do outro.
Todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, a vida torna-se ingrata. Os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que forneciam mais calor, aquele calor vital que transformava a situação numa questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportarem por mais tempo espinhos dos seus semelhantes. Doía muito... Mas essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a aproximar-se , pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada um conservava uma certa distância um do outro, uma distância mínima, mas o suficiente para conviver sem se ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim, suportaram-se resistindo a longa era glacial e...
SOBREVIVERAM!

"É fácil trocar palavras,
difícil é interpretar os silêncios.
É fácil caminhar lado a lado,
difícil é saber como se encontrar.
É fácil beijar o rosto,
difícil é chegar ao coração.
É fácil apertar as mãos,
difícil é reter o calor.
É fácil sentir amor,
difícil é conter a corrente."

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Imagina ....





Imagina las cosas que pudiera hacer contigo
Imagina la paz y la ternura que sentimos
Imagina lo dulce y lo divino que seria
Imagina que juntos estaremos algun dia

No existe amor igual
Que el que te puedo dar toda la vida
Yo se quien puedo ser
Quien te haga mas feliz mas consentida

Imagina la noche en que te duermas en mis brazos
Imagina besar todo tu cuerpo muy despacio
Imagina todito lo que te
Imagina todito lo que tengo en mi guardado
Imagina te entrego el corazón no te lo doy te lo regalo

Mi amor imagina un mundo y una vida para estar juntos
Siempre juntos
Imagina si puedes imaginate mi amor
Cuanto te amo